Em uma troca de passes na intermediária do
campo de defesa do Liverpool, James Rodríguez lança Cristiano Ronaldo que sai
de cara para Mignolet. Pode imaginar a cena em sua mente, foi uma pintura, um
belo gol que deu início à vitória do time Merengue frente aos Reds da cidade
dos Beatles. Isso ocorreu nos 22 minutos do primeiro tempo de uma partida
equilibrada, que após os 90 minutos de jogo, foi encerrada com 52% de posse de
bola para o Real e 48% para os donos da casa.
O Liverpool entrou em campo com um
retrospecto favorável. Com 3 jogos disputados em casa contra os Merengues pela
Champions League, os Reds venceram 2 e perderam o primeiro nesse fatídico dia.
Por outro lado, o Real jogava com um inspiradíssimo Cristiano Ronaldo, disposto
a encerrar o fardo de nunca ter marcado em Anfield, como citei, tornando-se um problema para a equipe do eterno Steven Gerrard, ainda mais quando somamos o empenho do português a um ótimo toque de bola e marcação disciplinada.
Aos 29 minutos, um cruzamento partindo da
linha da grande área pelo setor esquerdo de ataque Merengue. Toni Kross quem
estava lá e levantou a bola na segunda trave para Benzema só escorar para o
gol, de cabeça, contando também com uma ajudinha do apagado Glen Jhonson que
nem lembrou-se da possibilidade de passagem do centro avante e esqueceu da
marcação ao adversário. Foi o segundo gol da equipe de Madrid e não houve
"You'll never walk alone" que pudesse impedir a derrota iminente dos
ingleses.
Como se não bastasse o baile, os espanhóis foram além e aos 42 minutos Toni Kross cobrou escanteio e Benzema
estava no lugar e hora certos para fazer o gol de letra, após disputa entre
Pepe e Martin Skrtel. Já era demais para o torcedor Inglês que lotava Anfield
Road, mas eles não deixaram de cantar e apoiar a equipe, à essa altura só um
milagre para evitar o fiasco de uma derrota como essa, afinal não é todo dia
que os Reds perdem com uma diferença de gols tão significativa em suas
dependências.
Talvez se o chute de Joe Allen, após
cruzamento de Mário Balotelli, aos 42 minutos desse primeiro tempo impiedoso,
trouxesse ao Liverpool uma sensação de ressurreição. Mas a tentativa do
galês foi nas mãos do elástico, eficiente e criticado Iker Casillas, que ainda
viu um belo chute saído dos pés do brasileiro Philippe Coutinho, recém
convocado pelo técnico Dunga para a Seleção Canarinha, explodir em sua trave
direita; uma oportunidade única para ajoelhar e agradecer ao santo poste.
O primeiro tempo chega ao fim com o placar
sinalizando Liverpool 0x3 Real Madrid e Bredan Rodgers precisava reorganizar o
time, sacou Balotelli e mandou Adam Lallana para o jogo. É certo que o Super
Mário não fez jus ao prefixo de seu vulgo, mas o inglês, ex-Southampton, nem
foi muito requisitado na partida. Com isso o treinador do Liverpool saca
Philippe Coutinho e Henderson para a entrada de Markovic e Emre Can,
respectivamente. Para retribuir às substituições, Carlo Ancelloti tirou
Cristiano Ronaldo para a entrada de Sami Khedira.
Após quebrar o tabu de nunca ter marcado em Anfield Road, o português saiu vaiado pela torcida da casa e muito aplaudido
pelos visitantes espanhóis. O Real foi um visitante bastante inconveniente. Ainda houveram as substituições de Toni Kroos, o pé certeiro que fez surgir 2 gols, por Illarramendi e
Marcelo por Nacho Fernández, sendo a última já aos 40 do segundo tempo.
O jogo chegou ao fim e os 45 minutos do
segundo tempo não foi o bastante para os ingleses recuperarem o placar, assim
como foi insuficiente para os Merengues ampliarem. Apesar de não contar com os
grandes nomes que já venceram a competição européia, lá em 2004/2005, como
Jerzy Dudek, Djibril Cissé, Milan Baros e Harry Kewell, a vitória avassaladora
dos espanhóis deixou todos incrédulos pelo volume de gols sofridos pela equipe
inglesa, mandante da partida. Na cidade do Rock, foi o Flamenco que tocou mais
alto na tarde dessa quarta feira.
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